Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida.

(Clarice Lispector)
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Quero servir, quero ensinar, eu vim pra aprender.

Semeiam Comigo *

Músicas

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Dos sonhos cantados.

Os prazeres singelos são o último refúgio dos homens complicados. (Oscar Wilde)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ar

Te querer sempre por perto. Eu sei, esse é o meu maior erro. Preciso aprender mais com os astronautas. Eles arrumaram uma alternativa para sobreviver mesmo quando lhes faltam o principal: respirar. Sim, por muito tempo eu não dava atenção para aquilo que me mantinha viva. Não havia sentido em várias coisas da minha monótona sobrevivência, até que eu encontrei você. Ao te encontrar, eu pude aprender que os olhos falam, que os sonhos podem ser um atalho pra te ter mais perto, que o abraço é um cobertor para todas as estações e que sorrir sem motivo não deve ser uma excessão, mas sim uma mania. E, juntando tudo isso em uma panela chamada coração, eis que surge o meu ar. Agora que você está longe, sinto que já não respiro mais. Como você pode ir sabendo que leva consigo toda minha vitalidade? Existe como estocar esse Armor que me faz tanta falta? Por favor, me dê uma saída porque eu apenas quero sobreviver a essa distância. Eu preciso apenas respirar.

10 comentários:

T R L ☼ disse...

Me encantei por teu blog e tuas palavras, flor !
Muitas vibrações boas pra ti.

beijo

Lia Araújo disse...

Olha a sumida!

Ah o amor!
(suspiro)

bjos querida

Rodolpho Padovani disse...

A distância vai consumindo, mas não podemos desistir... o sentimento deve prevalecer.

Bjs =)

Amanda Martins disse...

Rô, delícia esse mundo blogueiro, né!
LIndo, lindo seu blog.
Te sigo também.
Um beijão

lua b. disse...

Não sobrevivemos sem ar, porém podemos arranjar outra espécie de gás para respirarmos.
Espero que escreva mais, seus textos são ótimos, e dão saudade.

2Beijos.

Lua disse...

Tb to querendo respirar..

bjo!

W.R. disse...

Lindo texto.
Linda autora.
Não poderia ser diferente.

Logo estarei te respirando novamente... (Ai, como é bom!)

Joaquim Maria Castanho disse...

Flores de garoto para garota...

Sujeição Ante o Resultado Acontecido...

Ao luar, entre as diatribes da luz
Das coisas, das sombras esmaecidas
Recordo agora, havia biliões de rosas
Vermelhas, quase todas se tida jus
Houvesse no dizer, caídas, esquecidas
Entre as estantes, sobre as mesas
Acocoradas aos cantos, acetinadas
Folhas entre as demais páginas
Espelhando os sentidos nos sentires
Embora eu, ao ver-te assim repartida
Clonada pela refracção das lágrimas
Te fizesse em absoluto reflectida,
Cuidasse serem cada qual tu apenas
Noutra forma desigual às pequenas
Surgidas dos canteiros e jardins
Dos beirais, esquinas, nuvens, sebes
Alucinação de louco entre querubins
Não destrinçando minha sede das sedes
Que todas as flores, lírios, jasmins
Orquídeas, hortênsias, cravos, alecrins
Estevas, afinal, que todas por igual têm
Achando a minha maior, mais imperiosa
Como nenhuma outra, e que mais ninguém
Tivera já, ao ver em tudo e todos só rosas
Rosas, e rosas, e rosas de pétalas acesas
Simplesmente porque tu as foste ou és
Entre as estantes, os arcos, as devesas
Sentada, caminhando, sobre cadeiras
Nas muralhas, claustros e seteiras
Arrumando o carro na berma da estrada
Descendo a rua ou subindo a escada
Entrando na sala de aula na tua escola
Vindo do café, lendo revistas ou tão-só
Navegando na Net e ouvindo meu dó
Pedido não trinado por qualquer viola
Mas antes no desmedido obstinado
De um coitado ansiando pela esmola
Da tua atenção, do teu tempo e olhar
Insistindo, porém insistido no rimado
Exagero requerido de poemas a dançar
Numa roda de dizeres repetidos sem fim
Na crença tida que ao ver-te em todo lado
Tu venhas um dia, enfim, a reparar em mim.

Todavia acordado, até no quotidiano viver
Durante as tarefas como nas conversas tidas
Ao fazer as compras nos hipermercados
Quando pelo autocarro espero, subo, desço
Escrevo recados, de manhã ou ao entardecer
Avalio as escritas passadas já imprimidas
Descoso as entretelas de filmes visados
Arrumo a casa, lavo a louça, e no avesso
De mim me viro para corar o íntimo ser,
Então, continuo a ver rosas onde rosas via
Flores atrás de flores a cada hora, cada dia
Segundo a segundo a cada e todo o instante
Feitas de jade, porcelana, diamante
Esmeraldas, quartzos, pérolas, rubis
Quer nas velas sobre o oceano navegante
Quer nas serras e descampados primaveris.

Estendidas sobre toalhas das praias e areais
Na relva das piscinas campestres e barragens
Nos rios, tombadilhos de barcos, nas carruagens
Do Metro, discotecas, esplanadas, jornais
E revistas, em fotos e quadros e textos originais
De poetas inéditos como dos clássicos antigos
Que mais não escreveram do que palimpsestos
Dos meus, envelhecendo-lhe eras e contextos
Dando-lhe atmosferas idas e velhos artigos
Ou arcaicas cantigas de amigos e madrigais.

Pois bem: a essas flores, oriundas das cascatas
Das ondas, numa vaga de espuma e incenso
Tão vivazes, ríspidas, vagabundas e insensatas
Amei-as todas, por causa de uma, em que penso!

Rach disse...

as saudades que eu tenho de amar...
assim mesmo.

Rebeca Amaral disse...

ih flor... quando esse amor sufoca, machuca, é bom prestar atenção.
mas se for só algo passageiro utilize balões de oxigênio. rs

beijo menina sumida!