Da coragem que não pode faltar

Um ano ímpar, sim, posso dizer que esse ano foi singular nos mais diversos aspectos. Fui uma curiosa convicta, explorei lugares, conheci pessoas completamente diferentes da minha realidade. Passei dos limites, tomei porres, falei o que não devia e, por vezes, guardei palavras e sentimentos que há muito precisam ser libertados. Tudo foi intenso, nesse ano não coube meio termos. Girei até cair (literalmente), mas foram nesses tombos que eu pude perceber quantas mãos estavam ali para me reerguer. No amor me compliquei, quis jogar tudo para o alto; só que sem perceber, lá estava eu com os braços estendidos esperando amortecer a queda e desejando que nada se quebrasse. Peguei minha canoa e fui toda valente enfrentar o mar de medos que tanto me atormentam, me afoguei em lágrimas e cheguei a pensar que não havia ar suficiente para os meus enfraquecidos pulmões. O que eu demorei a entender é que ao meu redor havia todo ar necessário, eu só precisava parar de prender a respiração. Ora Blá, não se pode viver plenamente se toda a sua coragem estiver contida em você, ao invés de refletida para o mundo.  

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