Do que não faz sentido

Por que insistimos tanto em nossos erros? Por que eles parecem extremamente absurdos? Eu odeio essa minha inconstância do mesmo modo que a amo. Ela não me deixa esquecer do frio na barriga, não me deixa ser como tudo a minha volta. Vivo em um mundo que, para alguns, pode ser considerado perfeito. Tem um cavalo branco parado na minha garagem e sabe o que eu quero? Eu quero é fugir de moto pelos fundos. Há quem insista em me calçar o sapato de cristal ou me resgatar de um um perigo que se torna cada vez mais eminente. O que não perceberam, porém, é que eu sou o perigo da situação. Existe algo em mim que desestabiliza o sistema, que soa em outra frequência. A minha vida se tornou desconexa, um apanhado de querências que não se encaixam. Vocação para mocinha isso eu nunca tive. Por que então eu fui me apaixonar pelo mocinho? Pelo cara supostamente ideal? Ele faz rir, tem abraço delicioso e sabe cozinhar. O que mais eu quero? Ou melhor, o que eu quero? Eu sou imprecisão, meu traço literalmente nunca foi reto. Na linha em que ele anda de olhos fechados, eu ainda me equilibro. Sou do tipo que dá risada quando não pode, que chora quando não tem motivo e empina o nariz quando na verdade deveria se desculpar. Por que você se apaixonou por mim? Por que ainda está apaixonado? Eu já te dei tantos motivos pra seguir outros caminhos e você, no fim, só acha o caminho do meu coração. Por que?