Estava chovendo. E isso, fazia os meus sentimentos queimarem ainda mais em meu peito. A chuva traz consigo milhões de cristalinas lembranças. Parece que ao invés de nublados, os meus sentimentos clareiam com a sua presença. E isso ocorre com tal intensidade, que o meu coração fica como os olhos diante de uma luz forte: retrai-se e tenta se proteger dessa avalanche de sentimentos inesperados. Tudo bem, eu tinha laboratório de química e de uma coisa eu estava certa, essa noite somente o meu coração poderia sofrer danos. Em meio de tantas soluções eu me perguntei : " Por que não há aqui nenhuma que sirva pra mim? ". Pensei que a frase " morrer de sede em frente ao mar " nunca fosse ter algum sentido em minha vida. Eu estava errada sobre muitas coisas daquela noite. Voltando pra casa, sem guarda-chuva como sempre, talvez um dia eu aprenda que tempo nublado é sinal de chuva. Ou talvez, eu apenas seja boa em guardar sentimentos e nada mais. O que importa é que eu reconheceria aqueles all star em qualquer face da terra e o mais importante, eu saberia que aquele cabelo preto todo desarrumado só poderia vir de uma pessoa. Só poderia vir do cara que um dia eu jurei amor eterno. Ele sorriu e eu chorei. Eu não sei quantos passos eu dei, mas quando eu percebi que o meu coração batia loucamente eu olhei pra cima e pude ver a causa daquilo. Nós não falamos nada por um longo tempo. Não havia palavras para aquele momento. Além disso, eu posso dizer com certeza, que não existe descrição mais perfeita para o amor do que senti-lo.
3 comentários:
Descrição perfeita. Adorei o texto, e fiquei imaginando cada cena. Parabéns, são poucos os escritores que nos dão chance de participar das suas escritas.
Beijos.
Muito bom, Roberta! Adoro descrições e você é muito boa nisso!
beijaao.
Realmente.. é melhor sentir do que descrever!
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